Fronteiras abertas, concorrência ampliada

Quando nos comunicamos, precisamos mostrar belezas, potencialidades e causar identificaçã

Nos próximos meses, o turismo mundial deve entrar em alvoroço. Com a abertura de fronteiras, com certeza, teremos um aquecimento no turismo. O momento é de esperança e, por isso, pergunto: você está preparado?

Trago este assunto porque, após o Festuris Connection de setembro, saí repleta de reflexões. Gostei dos debates sobre turismo rural e a potência que temos em diferentes destinos. Também analisei estratégias de destinos.

Por isso, meu ponto de partida vem de um assunto que trabalho em consultorias e cursos. Gosto de perguntar: como está a autoestima do seu destino? Você sabe quais são suas potencialidades e diferenciais?

Depois da resposta, podemos pensar em comunicação. Afinal, um destino é igual a uma pessoa: único, exclusivo e, se tem autoconhecimento, evolui e dá resultado.

Trabalhar a autoestima de um destino é fundamental no processo de comunicação. Por exemplo, gostei muito de ver destinos como Chile, Argentina e o interior gaúcho investindo nos roteiros menos óbvios e no potencial do interior. 

Destinos que conhecem a si mesmos geralmente sabem se comunicar. Outro ponto importante é reconhecer pessoas e histórias. Valorizá-las é colocar luz sobre culturas e hábitos. 

Em uma das apresentações, fiquei encantada com a explicação sobre a campanha de marketing da Argentina. O país evitou a imagem do gaúcho argentino, pois justifica que a Argentina é feita de diferentes etnias e paisagens e isso deveria ser valorizado. Quando nos comunicamos, precisamos mostrar belezas, potencialidades e causar identificação - e os moradores locais precisam se sentir representados, para amar o país e promovê-lo. 

Todos são multiplicadores, e a comunicação não é uma estrada de mão única. Os resultados dependem também de paixão e engajamento. E a Argentina acredita ser um lugar múltiplo, de diferentes rostos e paisagens. Agora me diga, como você enxerga seu destino? 

Lugares como o Rio Grande do Sul e o próprio Brasil correm o risco de se comunicar de forma menos eficiente quando ficam ligados a estereótipos (o gaúcho sobre o cavalo, mulatas dançando, pessoas com samba no pé...). Os destinos vão além dessa imagem e se comunicarão melhor se mostrarem diferentes realidades. Eu inclusive pergunto: você sabia que o RS tem aldeias indígenas, desertos de areia branquinha e lindas comunidades polonesas? 

São apenas exemplos, mas são pontos importantes para uma comunicação mais atraente, eficiente e que, nos próximos meses, será inspiração para quem planeja viagens para nosso lindo país.