O AeroportoSalgado Filho, em Porto Alegre, tem uma nova previsão oficial de retomada depousos e decolagens. Será no mês de outubro, para operação parcial de 50 voosdiários, em funcionamento das 10h às 22h, todos os dias. A data exata aindaserá definida.
Já a reabertura definitiva ocorrerá em dezembro. O anúncio foi feito nesta terça-feira (16),pelo ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, após uma reunião, em Brasília, entre integrantes do governo federal e executivos da empresa Fraport,concessionária que administra o aeroporto, incluindo o CEO global da companhia, Stefan Schult, e a chefe no Brasil, Andreea Pal.
"O que ficou estabelecido é que no mês de outubro, nós iremos reabrir parcialmente oAeroporto, com 50 voos diários, o que equivale a 350 voos semanais. Essa será aprimeira etapa da reabertura e, até dezembro, o Aeroporto Salgado Filho estará 100% aberto e operando como estava sendo operado antes da enchente", afirmou o ministro.
O Salgado Filho está fechado desde o dia 3 de maio, quando as enchentes que castigaram o estadoalagaram pista e terminal de passageiros do maior e mais importante aeroportogaúcho, e um dos 10 mais movimentados do país. Na semana passada, o aeroporto reabriu o terminal apenas para embarques e desembarques, bem como controle desegurança, de passageiros, que de lá seguem para aeronaves que usam a pista da Base Aérea de Canoas, na região metropolitana, de onde são operados, atualmente, 26 voos (entre ida e volta) por dia.
Para a retomadados voos, a pista do Salgado Filho, danificada pela enchente, está passando porreformas para a liberação de 1.700 metros em outubro, com um novo pavimento deconcreto. As operações de voos internacionais não serão retomadas durante a fasede funcionamento parcial que começará em outubro, segundo informou a CEO da Fraport no Brasil, Andreea Pal. Voos domésticos de passageiros e de cargasserão retomados de acordo com a demanda das próprias companhias aéreas, observou a empresária.
Aporte derecursos
Além dareabertura para voos, o ministro de Portos e Aeroportos revelou que os executivos da Fraport falaram da necessidade de um "reequilíbrio"financeiro contratual para a empresa, que poderá sair dos cofres públicos. O valor total seria de R$ 700 milhões, parte dos quais deve ser coberto pelas seguradoras contratadas pela concessionária.
"A Fraport solicitou, ao longo do dia de hoje, a possibilidade de um reequilíbrio [financeiro], onde a gente possa fazer essa discussão conjunta. Nós entendemos ser importante a necessidade do reequilíbrio, mas desde que seja validado pela AGU [Advocacia Geral da União] e, a posterior, pelo Tribunal de Contas da União (TCU)", afirmou. Costa Filho espera que até o final da semana tenha uma resposta da AGU e do TCU sobre a possibilidade do governo conceder algum aportefinanceiro.
A CEO da Fraport no Brasil confirmou o pedido de aporte financeiro para o governo, mas ponderou que valor a ser custeado pelos cofres públicos, como reequilíbrio do contrato, ainda não foi definido, e será inferior aos R$ 700 milhões apresentados.
"Esse número, cada dia vai mais baixo, porque descobrimos coisas que podem ser reparadas, compradas. E, do outro lado, a discussão com o seguro [aseguradoras], que ainda caminha, então, agora são especulações. Vai ser, para ogoverno, muito menos que R$ 700 milhões", afirmou Andreea Pal. No mês passado, ela chegou a falar, em reunião com parlamentares gaúchos, que poderia devolver a concessão caso não recebesse dinheiro do governo federal para areconstrução do aeroporto.
O contrato deconcessão do Aeroporto de Porto Alegre, de acordo com a Agência Nacional deAviação Civil (Anac), vale até 2042.
O ministro Silvio Costa Filho também foi questionado sobre os altos preços das passagens vendidas para voos com destino ou origem na Base Aérea de Canoas, e disse que ogoverno tem dialogado com as companhias aéreas para tentar reduzir os valores, além de recomendar as compras com antecedência.
Fonte:Agência Brasil