Turismo Industrial: um segmento de múltiplas oportunidades para o Brasil

Inúmeras cidades e regiões brasileiras têm grande potencial para o Turismo Industrial

O Brasil é um país industrial com tradição nos setores mais variados. Talvez a grande parte de viajantes já tenha, pelo menos uma vez, visitado uma fábrica como forma de fazer turismo. Destinos como Gramado, Bento Gonçalves, Pomerode, Jaraguá do Sul, entre outros, exploram com maestria o apelo da visitação às fábricas como importantes atrações turísticas. As famosas vinícolas, as cervejarias, fábricas de chocolates, cachaçarias, produção de cristais, indústrias têxteis com visita com realidade virtual e até a produção de motores elétricos são alguns dos exemplos do turismo industrial bem-sucedido no Sul do Brasil. 

 

Conforme explica a consultora em gestão de Turismo Luciana Thomé, o termo “Turismo Industrial” é pouco utilizado. Vale reforçar que este segmento refere-se ao ato dos empreendedores abrirem as suas instalações para grupos de pessoas interessadas em conhecer a estrutura das unidades produtivas, a forma de produção e a tecnologia empregada. As visitas são sistematizadas através de um roteiro específico. “Além disso, numa visão setorial estratégica ele se expande para a integração com outros segmentos, como por exemplo o de negócios, de compras, de estudos e intercâmbio e de eventos”, exemplifica Luciana. 

 

A consultora reforça que inúmeras cidades e regiões brasileiras, especialmente pelas suas vocações econômicas, têm grande potencial para o Turismo Industrial em toda sua amplitude. Mas, infelizmente, segundo ela, não são percebidos como tal pela compreensão equivocada de que "turismo é lazer". “Não é incomum encontrarmos cidades pelo interior do Brasil com hotéis lotados e ouvirmos dos empresários que ‘a cidade não tem turismo’. Esse vício de visão é uma das barreiras que limita o potencial de desenvolvimento de muitas novas atrações pelo país”, opina Luciana Thomé. 

 

Relacionando com os demais segmentos do mercado, a consultora destaca que o Turismo Industrial permite que o cliente conheça o outro lado das “marcas”. Diante da força do setor industrial do Brasil, a consultora aponta que muitos destinos poderão apostar no segmento à atratividade instalada e capacidade receptiva. “Para isso é preciso algumas estratégias, como visitas às fábricas; captação de eventos técnicos e científicos setoriais; parceria com instituições de ensino e pesquisa, entre outros, além da aproximação dos empresários”, completa.

 

Por fim, Luciana esclarece que o turismo industrial ainda é uma novidade no Brasil enquanto segmento organizado e estratégico para os destinos. “É um novo tipo de encadeamento produtivo para aproveitar mais e melhor a vocação industrial, revertendo em novos ganhos para a imagem dos destinos, e na ampliação do impacto sobre os negócios da cadeia de serviços”, finaliza.